Projetos de extensão

As ações em saúde do trabalhador se deparam com uma relativa ineficácia para transformar as condições de trabalho e reduzir acidentes e doenças ocupacionais, como demonstra a persistência de situações crônicas e a alta taxa de gravidade de determinados agravos, em diferentes setores produtivos. Essa situação se explica, em parte, por deficiências inerentes a cada instituição ou prática social voltada para a melhoria das condições de trabalho, como a falta de conhecimento sobre as causas de doenças e acidentes, submissão da ação dos especialistas em SST aos interesses econômicos das empresas, a falta de organização dos trabalhadores ou a ausência do estado. Entretanto, mesmo sem desconhecer a amplitude das dificuldades a serem superadas, é possível que as intervenções sociais voltadas para prevenção de acidentes e doenças possam avançar por meio de ações coordenadas suprainstitucionais, associando de forma cooperativa agentes públicos, instituições especializadas e agentes econômicos. Esta forma de ação social é proposta neste projeto, fruto de experiências anteriores de pesquisa-ação e ações de extensão, desenvolvidas desde o início dos anos 2000 pelas instituições parceiras deste projeto, que se caracterizam por associar pesquisadores e atores sociais em dispositivos sociais com finalidade de intervenção em problemas críticos. Ações coordenadas suprainstitucionais podem constituir um lócus mais efetivo de aglutinação de conhecimentos multidisciplinares em torno de ações práticas, preenchendo uma lacuna hoje existente entre, de um lado, a produção de conhecimento, o aperfeiçoamento da legislação e o aumento do controle social e, de outro, as demandas dos agentes sociais, incluindo aqui trabalhadores e empresários, que ainda permanecem sem respostas práticas efetivas. Ao colocar no centro do dispositivo uma demanda social reconhecida como crítica, em torno da qual já se tem um entendimento comum quanto a sua complexidade e falta de solução pelas rotinas institucionais, canaliza as energias para a busca de soluções alternativas efetivas, envolvendo os diversos saberes, conhecimentos e experiências trazidas pelos diferentes atores sociais. O Centro de Estudos e Práticas em Saúde e Segurança do Trabalhador (CEPRASST) constitui o espaço virtual que organiza esse dispositivo social, articulado a outras ações de pesquisa e ensino, mas dando a primazia à ação de intervenção social.

A figura do catador, que nasce na confluência da exclusão social com a produção de lixo em grande escala na sociedade de consumo, faz parte da cena urbana das cidades brasileiras. Segundo dados do MNCR, existem no Brasil mais de um milhão de catadores, a maioria deles trabalhando nas ruas e em lixões, sob controle de atravessadores. Segundo dados do CEMPRE, eles são responsáveis por 90% das matérias-primas recicladas, mas ficam apenas com 10% do valor agregado. Esta situação desfavorável pode se perpetuar, dependendo de como se dará a implementação da nova PNRS (Lei Nº 12.305/10) que estabelece o novo marco regulatório para a área de resíduos sólidos. Um dos objetivos da regulamentação é combater a disposição inadequada do lixo urbano, cuja solução passa pela ampliação da coleta seletiva com inclusão dos catadores. A preferência dada aos catadores nos sistemas de gestão de resíduos sólidos urbanos (RSU) vai além do reconhecimento da contribuição desses trabalhadores para resolver problemas ambientais. A crise social, econômica e ambiental tem sido enfrentada em países periféricos por tecnologias sociais inovadoras que encontram nos catadores uma de suas melhores expressões, ainda que sua atividade seja relativamente informal. Do não valor social e do lixo, reciclando materiais e ?reciclando? pessoas, os catadores conseguiram construir uma forma de produção e de reprodução da vida, tecidas por relações de solidariedade. No entanto, o desenvolvimento da reciclagem como alternativa sociotécnica ao problema do lixo, no momento em que os sistemas de gestão de RSU começam a se desenhar no âmbito dos planos estaduais e municipais, depende da ação conjunta de diversos atores sociais para promover esta tecnologia social ainda nascente, dentre as quais a formação técnico-científica, objeto deste projeto. Neste novo cenário, a forma de inserção das associações de catadores nos sistemas de gestão RSU é a questão central, que coloca várias demandas e problemas específicos. Um dos entraves para implantação de programas de coleta seletiva solidária (que contempla a participação dos catadores) é a falta de conhecimentos técnicos sobre organização da coleta seletiva. Segundo estudos do Ministério das Cidades, entre 2000 e 2008 houve um aumento de 120% no número de municípios com coleta seletiva, que chegaram a 994 (a maioria localizada nas regiões Sul e Sudeste). Embora importante, esse total não ultrapassa 18% dos municípios brasileiros, indicando que a participação dos resíduos recuperados pelos programas de coleta seletiva formal ainda é muito pequena em relação ao total coletado pelos catadores. Modelos e soluções técnicas consideradas ?mais eficientes?, como incineração, organização de grandes consórcios intermunicipais e contratação de serviços na modalidade de parcerias público-privada (PPP), começam a se desenhar para absorver a totalidade da coleta seletiva e ameaça a atividade dos catadores tal como ela vem se desenvolvendo historicamente, segundo princípios de autonomia organizacional, inclusão social e valores comunitários. As ACs, em seus processos de trabalho e de produção, se deparam, assim, com dificuldades para lidar com conhecimentos e tecnologias necessários para gerir sistemas de coleta seletiva e logística reversa em grande escala, tal como vem sendo exigido nos planos estaduais ou municipais de GIRSU e de incorporar novos catadores informais de ruas e lixões no processo produtivo. Esta ação de formação reúne experiências desenvolvidas em diversos municípios, associações de catadores e redes de comercialização, analisadas e sistematizadas em pesquisas e atividades de extensão realizadas pelo Núcleo Alter-Nativas de Economia Solidária da Escola de Engenharia, em parceria com o INSEA e outras entidades parceiras, em torno da proposição da reciclagem como alternativa ambiental e social ao tratamento do lixo urbano.

O projeto objetiva apoiar a reestruturação física, social e operacional da ASMARE Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável, uma das organizações de catadores mais antigas do Brasil, que tem essa atividade como única fonte de renda e em 2020 teve 18,5 de redução na sua capacidade de produção após incêndio em um de seus galpões. Terá 3 fases, realizadas em 9 meses: Capacitação de associados e associadas para aquisição e ou aprimoramento de competências; Elaboração do projeto arquitetônico para área ASMARE e Estruturação do Projeto, proporcionando modernizar e revitalizar espaços para atender às demandas produtivas.

O objetivo deste projeto é promover a articulação entre diversos grupos que têm atuado (dentro e fora da academia) na perspectiva da Engenharia Popular, no sentido de fortalecer o referido campo de estudos e práticas engajadas. Pretendemos contribuir com a consolidação e fortalecimento desses grupos.

Este curso tem por objetivo principal capacitar profissionais para realizar uma Análise Ergonômica do Trabalho e aplicá-la na transformação das situações de trabalho. A ênfase em projetos orienta o conjunto de disciplinas para a construção de soluções inovadoras para os problemas relativos às condições de trabalho e eficiência dos sistemas produtivos. Na perspectiva do formando, busca-se desenvolver a capacidade de propor soluções para os problemas identificados com base não apenas na metodologia da análise ergonômica, mas, também, nos métodos mais atuais de concepção e implantação de intervenções via projeto, seja ele organizacional, de sistemas informatizados, produtos ou espaços de trabalho (postos de trabalho).

Refinar o Sistema de Segurança do Trabalho na Superintendência de Laminação da Vallourec, por meio de três ações: (1) Um Diagnóstico de Cultura de Segurança a ser realizado em toda a Superintendência; (2) Um projeto de REX na área de Ajustagem do RK; e (3) Formação de uma Equipe Técnica de REX para apropriação da metodologia e sua manutenção e/ou sua expansão para outras áreas da Superintendência.